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Outubro Rosa reforça importância do autocuidado
02/10/2021 08:12 em Saúde

O mote da Campanha Outubro Rosa – mês de conscientização sobre o câncer de mama – é a necessidade dos cuidados contínuos com a saúde para a prevenção e a detecção precoce da doença. Para cada ano do triênio 2020-2022, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima a ocorrência de 8.250 casos novos de câncer da mama feminina em Minas Gerais. 

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), o estado registrou 1.762 óbitos de mulheres pela doença em 2020, sendo a primeira causa de morte por câncer no sexo feminino.

Segundo a mastologista Nayara Carvalho de Sá, do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), unidade oncológica pertencente ao Complexo de Especialidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), a pandemia e, por consequência, a necessidade de garantir recursos hospitalares para a recuperação dos pacientes acometidos pela covid-19 forçaram o sistema de saúde brasileiro a se reorganizar, provocando a suspensão de procedimentos e cirurgias classificados como não urgentes e de tratamentos oncológicos. Por isso, há uma expectativa de aumento na demanda de rastreamento e diagnóstico de neoplasia de mama.

“De acordo com as sociedades brasileiras de Patologia e Cirurgia Oncológica, a suspensão de procedimentos eletivos e o medo do paciente em se infectar com o novo vírus poderiam fazer com que 50 mil novos casos de câncer no Brasil deixassem de ser diagnosticados nos primeiros meses de 2020. Além do impacto em se postergar a identificação do câncer de mama, com o risco de progressão da doença, outra consequência preocupante seria a dificuldade em abranger toda a demanda de pacientes em um momento pós-pandemia”, explica Nayara de Sá.

No HAC, foi observado um aumento da procura, tanto das pacientes que estão fazendo o diagnóstico de câncer de mama agora quanto das que estão colocando o rastreamento em dia, pois não fizeram no ano passado. “Contudo, a equipe de mastologia da unidade tem conseguido atender todas as pessoas e os exames estão sendo feitos regularmente, sem atrasos. Ou seja, estamos conseguindo suprir o aumento da demanda nesse momento de controle da pandemia”, destaca a mastologista.

Segundo dados da SES-MG, em 2019, foram diagnosticados pelo SUS, em Minas Gerais, 5.590 casos da doença. Em 2020, o número foi de 5.211. Neste ano, até o dia 15/9, 2.886 pessoas tiveram diagnóstico confirmado para o câncer de mama pelo sistema público de saúde no estado.

Autocuidado

A mamografia é o exame indicado para o rastreamento do câncer de mama. A ultrassonografia pode complementar a mamografia, mas não substituí-la. “A partir do exame mamográfico é possível detectar o câncer em estágio inicial ou pequenas lesões com potencial para se transformarem em câncer. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, toda mulher de risco habitual deve fazer mamografia anual a partir dos 40 anos. Mulheres que apresentam algum fator de risco para o câncer de mama, como síndromes de predisposição genética, devem começar o rastreamento antes mesmo desta idade”, destaca a mastologista do HAC.

O tumor detectado em seu estágio inicial, quando nem mesmo apresenta sintomas ou alterações mamárias evidentes, tem taxa de cura de 95%. “Por isso, é tão importante o diagnóstico precoce. Além disso, é primordial reforçar algumas medidas de cuidado com a saúde para a prevenção da doença, como controle de peso corporal, pois o excesso de peso está associado ao aumento do risco de câncer de mama, atividade física diária, redução de ingestão de gordura e de bebidas alcoólicas e fazer terapia de reposição hormonal pós-menopausa com controle de especialista. A gestação e a amamentação oferecem fator de proteção contra o câncer”, afirma Nayara de Sá.

 

Sintomas e tratamentos

De acordo com a mastologista Nayara Carvalho de Sá, o câncer pode se manifestar de várias formas na mama, por isso é importante procurar uma consulta médica quando notar:

- Algum “caroço” palpável na mama;

- Alterações no mamilo, como fissuras e descamação;

- Assimetria mamária de início recente;

- Saída persistente de secreção pelo mamilo;

- Alteração da pele da mama, como se ela estivesse áspera ou grossa;

- Gânglios palpáveis na axila.

No Alberto Cavalcanti, o tratamento é feito de forma multidisciplinar, com equipe de médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, entre outros profissionais.  “Algumas pacientes vão necessitar de quimioterapia, que pode ser feita antes ou após a cirurgia. Podem precisar também da hormonioterapia, que é uma outra modalidade de tratamento sistêmico. Em certos casos, complementamos o tratamento local com a radioterapia”, explica a médica.

 

Fonte: Agência Minas

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