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Faturamento da indústria em MG cresce 25,2% no 1º semestre
05/08/2021 12:12 em Economia

A expansão do comércio mundial, a valorização do dólar e a alta das commodities, com destaque para o minério de ferro, foram fundamentais para que a produção industrial, em Minas Gerais, apresentassem resultados positivos ao longo de junho e do primeiro semestre. De acordo com os dados da Pesquisa Indicadores Industriais (Index), em junho o faturamento geral da indústria mineira cresceu 2,7%, acumulando uma alta de 25,2% no primeiro semestre.

Se comparado junho com o mesmo período de 2020, a expansão chegou a 30,2%.

O Index é realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

A expectativa para os próximos meses é positiva no que se refere à retomada das atividades econômicas, o que vem sendo alcançado com o avanço da vacinação contra a Covid-19. Porém, ainda existem receios em relação às novas variantes da Covid-19 e também em relação à inflação e ao desemprego, que seguem a níveis elevados.

A analista de estudos econômicos da Fiemg, Júlia Silper, explica que, em junho, foi registrada expansão em cinco das seis variáveis analisadas.

“O faturamento da indústria geral aumentou pelo segundo mês consecutivo, resultado do desempenho positivo nas indústrias extrativas e de transformação, com destaque para a mineração e siderurgia. O emprego também avançou e completou 11 meses sem registrar quedas. A massa salarial cresceu puxada pelo pagamento de participações nos lucros e resultados em algumas empresas, o que influenciou a expansão do rendimento médio real. A utilização da capacidade instalada também mostrou elevação no mês”.

Conforme os dados, no faturamento da indústria, em junho, foi registrada alta de 2,7% frente a maio e de 30,2% frente ao sexto mês de 2020, quando a pandemia interferia de forma mais ampla na economia. O resultado de junho, frente a maio, teve como base a alta na indústria extrativa de 6,3% e de transformação de 1,8%.

No mês, o emprego avançou 0,9% frente a maio e 8,1% na comparação com junho de 2020. Já as horas trabalhadas aumentaram 15,4% frente junho de 2020, mas recuaram 0,2% na comparação com maio.

A utilização da capacidade instalada chegou a 85,1% em junho, ante 83,9% registrado em maio. A expansão foi puxada pelos aumentos de 2,1 pontos percentuais na indústria extrativa e de 0,7 p.p. na indústria de transformação. O índice ficou acima da média histórica, que era de 82,7%.

 

Cautela

No acumulado do primeiro semestre, os números também foram positivos. De acordo com Júlia, o resultado mostra que a indústria está se recuperando após o período mais crítico da pandemia de Covid-19, mas ainda é preciso cautela ao avaliar o desempenho.

“O crescimento no semestre é positivo, mas a base de comparação com 2020 é muito fraca, já que, no período, houve grande impacto das restrições para conter a pandemia nos resultados da indústria”.

 

Júlia destaca também que no primeiro semestre, ante igual período de 2020, os indicadores relacionados ao faturamento, horas trabalhadas na produção, utilização da capacidade instalada e os referentes ao mercado de trabalho apresentaram crescimento.

“Ao longo do primeiro semestre, o resultado positivo se deu pelo afrouxamento das medidas de restrição à circulação adotadas para conter a pandemia, especialmente a partir de abril. A recuperação da atividade também foi favorecida pela expansão do comércio mundial, pela valorização do dólar e pela elevação dos preços de commodities neste ano, com destaque para o minério de ferro”, explicou.

De janeiro a junho, o faturamento da indústria geral de Minas Gerais cresceu 25,2%, elevando para 15,5% a alta registrada nos últimos 12 meses. No intervalo, houve expansão de 52,4% na indústria extrativa e de 20,9% na indústria de transformação.

No período, as horas trabalhadas aumentaram 13,4% e 6,4% nos últimos 12 meses. A utilização da capacidade instalada ficou em 83% nos últimos seis meses.  De janeiro a junho, o emprego aumentou 3,1%.

Para os próximos meses, é esperado normalização das atividades econômicas, o que vem sendo alcançado com o avanço da vacina contra a Covid-19 e queda no número de mortes e internações.

“Por um lado, as expectativas são positivas devido à vacinação. Mas, ainda existe receio em relação às novas variantes e aos altos índices de desempenho e da inflação. Estes fatores podem limitar uma recuperação mais robusta da indústria”. 

 

Fonte: diariodocomercio.com.br

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