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Desemprego recua para 10,7% em Minas
01/12/2021 15:27 em Economia

A taxa de desemprego em Minas Gerais recuou 1,9 ponto percentual no terceiro trimestre de 2021 e atingiu 10,7% no período, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa aponta que 10,1 milhões de pessoas estavam ocupadas e 1,21 milhão desocupadas no Estado. Em comparação ao terceiro trimestre de 2020, quando a taxa de desocupação foi de 13,6%, observou-se diminuição de 2,9 pontos percentuais.

No Brasil, a taxa de desocupação foi de 12,6%, diminuindo 1,6 p.p. em relação ao segundo trimestre e apresentando queda de 2,2 p.p. frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Com esses resultados, a taxa de desemprego em Minas Gerais permanece abaixo da taxa estimada para o País.

Para o analista do IBGE em Minas Alexandre Veloso, “a retomada da economia já demonstrava que haveria essa recuperação do emprego”. “Talvez o ritmo tenha sido um pouco acelerado, mas já era esperado por causa da volta de atividades do comércio, serviços, restaurantes, da economia como um todo, além da vacinação contra a Covid-19”, disse.

Entre os estados, as maiores taxas ocorreram em Pernambuco (19,3%), Bahia (18,7%) e Amapá (17,5%) e as menores em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,6%) e Mato Grosso do Sul (7,6%).

No Sudeste, a taxa de desemprego em Minas Gerais no terceiro trimestre de 2021 (10,7%) foi menor que a do Rio de Janeiro (15,9%) e a de São Paulo (13,4%); e só foi maior que a do Espírito Santo (10%). 

A população ocupada em Minas Gerais era composta por 67,4% de empregados (incluindo empregados do setor público e trabalhadores domésticos), 4,5% de empregadores, 25,6% de pessoas que trabalhavam por conta própria e 2,5% de trabalhadores familiares auxiliares. 

No setor privado do Estado, 73,9% dos empregados tinham carteira de trabalho assinada no período, percentual bem próximo ao observado para o Brasil (74,1%). A taxa de informalidade no terceiro trimestre de 2021 ficou em 39,9% da população ocupada no Estado, um pouco abaixo da taxa estimada para o Brasil (40,6%).

Alojamento e alimentação

Analisando o número de pessoas ocupadas por grupamentos de atividade econômica, em relação ao segundo trimestre, o destaque, em Minas Gerais, foi o aumento de 12,1% do total de ocupados nas atividades de alojamento e alimentação. 

“Alojamento e alimentação são hotéis e restaurantes. São áreas que estavam muito reprimidas com a pandemia, tiveram quedas muito bruscas. Com a retomada das viagens e as pessoas comendo fora de casa, o potencial de crescimento foi maior’’, comenta Alexandre Veloso.

Houve acréscimo de 11,7% no número de pessoas ocupadas no setor da construção. Também foi observada variação positiva para os grupamentos de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (7,6%) e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (5,9%). Para os demais grupamentos de atividade, não foram estimadas variações estatisticamente significativas.

Salários e desalentados

O nível de emprego melhorou um pouco, mas os salários não acompanharam essa tendência. No terceiro trimestre de 2021, o rendimento médio dos mineiros foi de R$ 2.212, enquanto no segundo trimestre havia sido de R$ 2.228, praticamente uma estabilidade segundo a pesquisa. Mas, na comparação com o terceiro trimestre de 2020, a queda foi mais acentuada: 4,6%. Naquele período, o rendimento médio dos mineiros foi de R$ 2.318.

‘’Depois da crise provocada pela Covid-19, as pessoas que voltaram a ocupar as vagas de emprego são aquelas que tradicionalmente recebem salário mais baixo: domésticas, construção civil, mais gente entrando no mercado sem carteira do que com carteira de trabalho’’, explicou o analista do IBGE.

No terceiro trimestre de 2021, a taxa total de subutilização da força de trabalho – que considera não apenas a população desocupada, mas também engloba os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (trabalham menos do que gostariam) e a força de trabalho potencial (aquelas pessoas que não buscaram emprego) – foi de 23,6% em Minas Gerais, o que representa 2,87 milhões de pessoas.

Parte desse último grupo é chamada de desalentados, cidadãos que desistem de procurar um serviço. ‘’Essas 428 mil pessoas tiveram a restrição de circulação no início da pandemia e agora não encontram trabalho nas suas regiões. Elas veem que a procura por uma vaga não será frutífera. Por causa disso, declararam na pesquisa que têm vontade, mas não buscam emprego. Desistem de trabalhar, não fazem um concurso e muito menos abrem um negócio próprio’’, finalizou Alexandre Veloso.

 

Fonte: https://diariodocomercio.com.br

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